segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O amigo ama em todo tempo


A lembrança da primeira vez que nos vimos é vaga. Sei ao certo que observei sua beleza e te julguei arrogante. No mais, acredito piamente no que você me contou.

Da última vez que nos vimos, guardo cada traço do seu rosto vívido em minha memória; recordo-me, sobretudo, de seus olhos refletindo a mesma emoção que havia nos meus e de nossa conversa fiada, fingindo casualidade, para disfarçar.

Entre esses dois momentos: 7 anos, dezenas de litros de café, alguns litros de chá de cana de macaco, conversas embaixo do pé de jambo, saúde, doença, casamentos, separação, filhos, carreira profissional, Vasco, bom humor, TPM, alegrias, tristezas, luto, decepções, realizações, amizade, algumas cervejas, um porre, confiança, cuidado, carinho, dois abraços, muitos acertos e erros também.

Às vezes penso em te escrever, sabe papel e caneta, carteiro, etc. mas a vontade passa por que diante de  tanto para dizer e de tudo que já vivemos  na ausência, o que me resta é um  desejo imenso de sentar ao seu lado, em silêncio, por um minuto eterno. 


Por que escrevi isso tudo? Pra que você saiba que se a gente não se falar pelos próximos 20 ou 30 anos, ainda assim você poderá me ligar as duas da manhã, para me dizer que o cachorro de estimação que você não tem, acaba de morrer de velhice.

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